quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Neuf

De volta ( Parte II )

  ... " Bienvenue à la Ville Chantal" (Bem vindo a Ville Chantal), dilatou-se a pupila, o pulsar do coração aumentara repentinamente e o único pensamento desenvolvido era de que seu pesadelo ainda não havia desaparecido. Tal sentimento levou-o a tentar voltar, mas nada acontecera pois a gasolina havia acabado, as luzes do farol do carro não mais acendiam e inexplicavelmente o radio começara a tocar música, de soneto triste e macabro, ao longo a musica parava e voltava, o radio recebia mal sintonia e cada vez mais forte ficava o chiado. Quando o estranho parecer não era mais suportável, tudo voltara ao silencio, despertado apenas pelo forte ranger da corrente.
O vento frio, denso e úmido neblinou a rua e o vidro do carro, Fleur Marry muito assustada tentava abrir a porta do automóvel, mas mesmo com tão bom esforço que fizesse, continuava fechada. Belle se desesperava e desabou em lágrimas, se encolhendo no banco traseiro. Lothair tentava manter a calma de si mesmo e um grito insuportável tomou conta do silêncio, era tão agudo que penetrava em suas mentes, levando as mãos aos ouvidos por tal agonia. O berro parou e as portas do carro abriram automaticamente.
Agruparam-se em frente ao veículo, Lothair caíra de joelhos colocando a mão direita sobre a orelha esquerda, sentira molhada, dirigiu seu olhar para o liquido e viu seu sangue escorrendo entre os dedos, tão dor sentira que mal conseguia levantar-se, a não ser pela ajuda da menina que chorava ao ver o pai sofrer daquela forma, abraçando fortemente seu corpo.
A saída de Ville Chantal era praticamente impossível por tantos caminhos percorridos, e a destruição da cidade instigava o homem a procurar saber o que acontecera com tal simples seriedade guardada em sua mente.
A família entrou na cidade, a imagem passara que Chantal fora varrida por catástrofes ou guerras, o caminhar era tenso e rigorosamente calculado, unidos fortemente pelo medo, escutaram um vidro se estilhaçar e um grito aflito de uma mulher vinha da famosa cafeteria existente por lá cujo nome era "Café Le Blanc". O local totalmente escuro não passava mínima segurança, o papel que balançava pendurado na porta chamou a atenção de Marry que fora verificar, ela arrancou o papel que dizia "S'il vous plaît cherche mes documents a la rue Singily nº 09, je reviens à 14:00 heures" (Por favor procurar meus documentos na rua Singily nº09, retornarei às 14:00 horas).
Guardou o papel no bolso, avistou o sangue que escorria no vidro da porta, assim como a escuridão no local, voltara calmamente voltava para perto de seus familiares, seu marido perguntara o que se passava na cafeteria, mas a moça mal conseguia falar, tirando o papel guardado, mostrava para ele, apontando o nome da rua, dizendo que por ali não queria ficar mais próxima, algo lhe incomodava. Por confirmação das horas, olhou para o relógio no pulso que marcava 11:00h, mas os ponteiros giravam em sentido anti-horário, posteriormente dirigiu sua visão para trás, aonde deixaram o veículo em boa distancia e não o viram mais.
Com conclusões definidas e precipitadas pela família andaram em busca da tal comentada rua, a cada passo uma respiração mais ofegante que a outra, o frio penetrava no pulmão, dificultando o andar, unidos tentavam se aquecer.
A rua mencionada ficava a quatro quadras da cafeteria, mas a cidade não era a mesma das memórias, ruas e avenidas totalmente distintas, mudaram de lugar. Belle resolveu seguir em frente, menina muito curiosa levou os pais até uma certa casa muito intrigante, residência onde a porta abria e fechava com o balançar do vento, as trincas eram muito antigas e enferrujadas, fazendo um barulho tremendo Lothair a afasta com cuidado e adentra na casa, a cortina da janela ao lado levantava com a força da ventania e em frente, jogado ao chão via-se . . .

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