sábado, 5 de fevereiro de 2011

Neuf


Reencontro ao acaso (Parte XX)

. . . "Crossy". Lothair largou o diário que caiu sobre o chão, desceu as escadas, procurou o livro que havia guardado e na oitava página estava escrito "8- Église" (Igreja). O mesmo rapidamente fechou o livro, saiu pela porta, olhou para cima e disse:
-Eu vou te matar desgraçado!
Marry saiu do local guiada por sua intuição. Não demora a chegar, encosta em uma das paredes e sente um forte abraço em sua perna. Ao ver que era Belle, Marry abaixa e chora de alegria por reencontrar sua filha. Belle abraça fortemente sua mãe e diz:
-Não quero mais te perder mamãe . . . Promete que nunca mais vai me deixar! . . .
-Prometo filha . . . Vai ficar tudo bem . . . Eu te amo. -As palavras ditas pausadamente pela mulher fora interrompida por lágrimas que carregavam o peso consciência.
Mãe e filha se abraçam com um forte sentimento que as unem. Marry enxuga as lágrimas de Belle e as suas também, ajeitando o cabelo da menina.
Belle começa a contar sua trajetória até o lugar que estavam para sua mãe e vice-versa. As duas se sentem observado por uma outra pessoa e Belle ao avistar quem estava por lá, diz:
-Papai? É você?
-Sim sou eu. -Diz Lothair com lágrimas nos olhos.
Lothair sente Marry e Belle com os corpos muito gelados e tenta aquece-las, mas todo o ato é em vão.
Os três reunidos na unica igreja da cidade, onde Lothair e Marry se casaram e batizaram Belle, enfim onde sua vida familiar havia começado.
Depois de muita conversa e afago entre a família eles resolvem entrar no local. Por uma decisão tomada por Lothair que abre a grande porta da igreja. Ao entrarem ficaram assustados ao ver as cadeiras, janelas, os castiçais, o chão e o resto que por lá estavam quebrados, um desastre total, mas nada era mais marcante do que o homem crucificado sobre a gigante cruz colocada de forma contrária em meio ao altar. O rapaz estava todo ensanguentado, com pregos presos ao corpo e arame que envolvia sua cabeça. Os olhos de Lothair não acreditavam no que viam. A respiração aumentara drasticamente como a batida de seu coração, suava frio e protegia sua familia com os braços, empurrando-as para traz. A unica pergunta que saia de sua boca era:
-Você? . . .

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Diário de Daphné (Parte XIX)

. . .  O pressiona conta a mesma, quebrando-a, fazendo com que Crossy seja arremessado para fora. Lothair se dirige a ponta dos estilhaços, olhando para aonde Crossy foi lançado, mas nenhum corpo estava lá. Lothair enxuga na manga da camisa o sangue que escorre em seu rosto, revista a cama de Daphné e encontra o diário; o destranca e folheia-o. Repara que algumas folhas foram arrancadas, mas mesmo em estado degradável começou a ler. Lembrando de sua filha que encontrara e lera primeira parte. A continuação da leitura se seguiu:
" . . . Um homem estava puxando meu pai pela gola da camisa, interrogando-o bruscamente. Eu parei na porta e assisti a todos os detalhes, comecei a chorar. As cenas rasgavam meu coração ao entrar violentamente pelas pupilas de meus olhos, engolia o choro como vidro, sentindo meu pulmão sendo rasgado ao tentar respirar. Ver meu pai sangrar foi meu pior sentimento . . ."
A seguir se encontrava rabiscos e desenhos de toda a cena descrita, passado muitas páginas até que continuasse a escrita. Lothair por curiosidade leu o resto do acontecido com dificuldade, pois o sentimento da menina agora tomara conta de si.
" . . . O homem parou, olhou para o meu pai e questionou:
-Quem é essa?
-Minha filha . . .
-É melhor tirá-la daqui . . .
-Por favor não machuque-a . . .
O rapaz puxou meus cabelos, colocou meu rosto a frente de meu pai e perguntou:
-Sabe o que ele fez?
-Não sei Senhor . . .
-Seu pai não passa de um verme!
Me arremessou à parede e esmurrou meu pai violentamente, assim meu pai morreu. Enquanto via a cena que me queimava por dentro.
Como uma forma de me ajudarem, se eu não sobreviver, escrevo essas partes com o diário em minha mão, vendo meu pai morrer. Eu clamo por ajuda . . ."
Manchas de sangue cobriam o resto das folhas e no ultimo pedaço de papel estava escrito com sangue o nome . . .

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Desavenças de um segredo (Parte XVIII)

. . . O que você quer!? -Lothair se expressa com raiva nos olhos.
-Calma Lothair, eu posso explicar . . .
-Eu cansei de suas explicações e cansei da sua ajuda, me cansei de você!!! Me deixa em paz, só quero minha família de volta.
-Depois de tudo o que passamos e de todos os meus atos tentando te ajudar você ainda me critica?!
-Não acredite nele Lothair, ele é louco! -Sr. Dansye interrompendo a discussão.
-E o que me traz aqui? -Indagava Lothair.
-O Sr. Dansye ficava com sua mulher enquanto você estava ocupado com seu trabalho de merda! Nunca ganhou um salário decente e eu te ajudei! Eles tinham um caso Lothair . . . Me da nojo ver um homem como ele, amarrei-o aqui para você se vingar ou eu mesmo vou fazer seu trabalho. -Crossy explicando a situação.
-É verdade Sr. Dansye? -Perguntava Lothair.
-É sim . . .
As palavras de Dansye foram interrompidas por um soco em seu rosto, golpeado por Crossy, fazendo seus lábios sangrarem e Crossy exclamou:
-E o verme ainda tem coragem de assumir!
-Camla Crossy, ja vi sangue demais em um dia. -Lothair segurando o rapaz.
De repente um vento forte entra pela janela derrubando o livro da mão de Lothair e as folhas se movimentaram parando na página sete, onde lia-se "7- Diário de Daphné". Rapidamente ele recupera o objeto do chão e pergunta ao Sr. Dansye:
-Onde se encontra o diário de sua filha?
-Está no quarto embaixo da cama, mas é melhor estar longe de seu amigo . . .
-Cala boca verme!
-Assim Crossy acerta novamente o rosto de Dansye, deslocando a mandíbula, deixando-o desacordado. Lothair olha para Crossy e se afasta, subindo até o quarto da menina. Ao achar o aposento Crossy puxa o braço de Lothair dando um aviso:
-Acho melhor não fazer isso . . .
-Não me enche Crossy! Se afaste de mim!
Crossy e Lothair iniciam uma briga. Depois de muitos golpes os dois se encontram extremamente machucados, levando Lothair apoiar Crossy a uma grande janela e então . . .

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Sangue de um pesadelo reencarnado (Parte XVII)

 . . . Crossy com a cólera correndo pelas veias agarrou todos os arcos restantes presos ao corpo do rapaz e o impulsionou com o pé, utilizando toda a sua força, fazendo com que caísse sobre o sangue derramado, com o tórax todo aberto. Crossy continuou a procuro da gaveta, retirando-as bruscamente, até que encontrou uma chave dentro de uma delas, retirou-a e seguiu até Lothair dizendo:
-Era a unica coisa que tinha . . . Não tem mais onde procurar . . . Então vamos? -Colocando a mão sobre o ombro de Lothair e pronunciando tudo em voz muito calma.
-Não! é melhor eu seguir sozinho . . . -Lothair respondia pegando o objeto e tirando a mãe de Crossy sobre si.
-Impossivel . . . -Era a ultima palavra que Crossy disse antes que Lothair deixasse o local.
Ao sair do banco Lothair recordou que o nome "Dallas" lhe soava familiar, poderia ser o nome do segurança principal do banco onde trabalhava, puxando por sua mente.
Continuando a procura de sua família abriu o livro na página seis e lá estava escrito "6- La rue Singily nº09" (Rua Singily nº09). Ao ler o inesperado, Lothair se lembrou de quando chegou a cidade e do bilhete que Marry encontrara. Ao abaixar a cabeça reparou que havia um rastro de sangue que se estendia ao longo da caminhada e que por fim acabava na rua almejada. Lothair procurou o número da casa e ao avistá-la recordou que Daphné e seu pai moravam nessa residência; adentrou ao local, completamente escuro, e ao acender a luz, que por si era muito fraca, avistou em meio a uma neblina que tomava conta do local o Senhor Dansye, pai de Daphné, preso a uma cadeira completamente ensanguentado, respirando aflitamente junto a um pedido de ajuda. Ao lado de Dansye encontrava-se em pé Crossy com um sorriso sarcástico para Lothair e o questionou:
-Prazer revê-lo Lothair! E então? Podemos conversar um pouco agora?