domingo, 30 de janeiro de 2011

Neuf


O guardião (Parte XVI)

. . . Viu um homem em meio a desordem das gavetas e dos dinheiros jogados ao chão, vestia uma calça preta, um sapato social e uma camisa que fora rasgada aos lados por arcos metálicos que perfuravam seu corpo, presos aos nove pares das costelas, partindo da primeira. Algo a mais chamava a atenção de Lothair, a cabeça não estéticamente raspada, os olhos sem as pálpebras e o crachá com o nome Dallas. O homem a frente disse ao avista-los:
-Olá! Por que estão aqui?
- Cara, não queria estar no seu lugar. -Crossy em tom sarcástico.
-E nem eu no seu! -Retrucou Dallas.
-Eu não sei o que tem aqui, mas deve ser de extrema importância . . . -Dizia Lothair com o objetivo de explicar-se.
- Existem dezoito gavetas aqui que estão presas a mim. Pra levar algo vai ter que me matar.
-Sem problema! Pra mim você é indiferente! -Crossy puxou a terceira gaveta a sua esquerda com toda a força, arrancando a terceira costela esquerda do rapaz.
Dallas gritava por sentir imensa dor, pressionava os dentes e tentava controlar a respiração, não conseguia fechar os olhos pelo fato de ter as pálpebras arrancadas, ao canto dos mesmos escorriam lágrimas. Dallas pressionou o ferimento com a mão, deu um singelo sorriso e quietou-se após Lothair puxar o braço de Crossy, discutindo em tom alto:
-O que você fez?! Não tinha necessidade. A gente só precisa de uma gaveta com o numero 810. 
-Ele não ia deixar mesmo! E se você prestar atenção não tem numeração nas gavetas. -Crossy argumentava seriamente.
-. . . Eu não reparei, mas é uma questão de conversar e não matar.
-Dane-se!
-Hahahaha . . . Parecem duas garotinhas brigando . . . Vocês são patéticos! -Dallas interrompendo e rindo de forma superior.
-E pra mim você é insignificante. -Crossy retrucou as palavras de Dallas.
Crossy se dirigiu em frente ao rapaz, olhando em seus olhos fixamente e continuou:
-Essas foram suas ultimas palavras? 
-E esse é meu ultimo ato. -Dizia Dallas cuspindo sobre o rosto de Crossy.
Lothair virou de costas para os dois, fechou os olhos abaixou a cabeça e então . . .

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Ganância, desejos, prazeres e segredos (Parte XV)


. . . Shame abraçou fortemente Crossy e o beijava como se não o visse por muito tempo. Lothair abaixava a cabeça e olhava para os cantos, pois não queria interromper aquele momento. Crossy afastou a mulher e disse:
-Calma Shame, se comporta, não vê que temos visita?
-Ah . . . Sim minhas sinceras desculpas, meu nome é Shame, muito prazer, Crossy fala muito sobre você . . .
-Fala? . . . -Indagava Lothair.
-É, ele todo dia comentava que tinha um grande amigo chamado Lothair, mas que você era muito chato . . . Hahahaha . . . -Shame começara a rir perante ao homem.
-Hahahaha . . . Desculpa Lothair, eu só sou sincero. -Retrucava Crossy.
-Não foi nada, estou acostumado . . . -Lothair abaixa a cabeça novamente.
-Bom . . . é . . . Shame, passou alguem por aqui? É que Lothair se perdeu da familia. -Questiona Crossy.
-Eu não vi ninguém. Esses dias o orfanato está muito monótono sem você Crossy . . .
-Então vamos embora logo . . . -Dizia Lothair puxando o braço de Crossy.
-Calma Lothair, ja vou, se quiser sair e me esperar la fora é melhor, só vou ajuda-lá a preparar um banquete para uma visita . . . Não vou demorar.
Lothair saiu e após algumas horas esperando Crossy se despede da mulher e fala com Lothair:
-E então? Pra onde vamos agora?
Lothair abre o livro na quinta página e leu o seguinte:
- " 5- Banque" (Banco)
-Caramba! Vamos ao banco, eu adoro dinheiro. -Dizia Crossy com brilho nos olhos.
-É onde eu trabalhava . . . -Explicava Lothair.
O banco ficava alguns metros distantes do orfanato. Via-se o local mencionado com muita clareza por ser de grande arquitetura. 
Os dois chegaram ao local e passaram pela porta giratória. Ao entrar viram que o lugar estava e total desastre, com muitos corpos enterrados ao chão, somente com suas faces amostra, clamando por ajuda.
Sangue escorria pelas paredes. Lothair se dirigiu a mesa em que trabalhava, vasculhou todas as gavetas enquanto Crossy procurava algo no resto do local, questionando aquelas faces o que acontecera e uma delas respondeu:
-Por favor! Me tira daqui muitos ja morreram pela ganância de outros, eu não quero . . .
Sem mais palavras aquele estranho respirava com muita dificuldade e logo morrera. Lothair achou um papel com o numero de uma das gavetas do cofre. Rapidamente alertou Crossy para abrir e verificar o cofre.
Ao abrir o mesmo, Crossy . . .

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Sentimento semelhante (Parte XIV)

. . . Lothair escuta a voz de sua amada e desesperadamente tenta começar um diálogo, formulando diversas perguntas, mas o sinal era fraco e a ligação cai. Crossy ao ver aquela situação questionou:
-E então? Podemos continuar agora?
-Você não se importa, não é? -Retrucou o rapaz com os olhos cheios de lágrimas.
- Na verdade não! Eu não to nem ai pra eles . . . Mas me preocupo com você, por mais que não me aceite Lothair. -Dando um sorriso sinico.
Lothair o ignorou e folheou o livro para a quarta página e assim lia-se " 4- Orphelinat " (Orfanato), o mesmo indagou ao rapaz ao longe:
- Você sabe onde fica o orfanato?! . . .
-Ah! . . . Lógico que sei. Tenho uma amiga muito intima, dona de lá!
O vídeo encerra. A televisão começa a chiar e Marry ainda busca forças para se levantar. Sua mente fora possuída por inúmeras lembranças; não queria acordar daquele belo sonho e voltar a viver o mesmo pesadelo. Marry levantou vagarosamente e saiu do local a procura de sua família.
Belle corria pelas ruas de Ville Chantal para se distanciar daquele orfanato; parou para recuperar o fôlego e colocou o filhote no chão. Belle avistou ao longe, através de uma densa neblina,um grande animal vindo em sua direção. Ela se encolheu no canto de um muro protegendo seu amigo, envolvendo-o em seus braços, fechou os olhos com medo do inesperado, . . . Sentiu um forte respirar em frente a sua face, abriu os olhos vagarosamente e viu que era só uma inocente cadela, chorando pelo reencontro com seu filhote. Belle soltou-o, e rapidamente o mesmo se afagou em sua mãe. A garota ao ver aquela cena sentiu um aperto em seu peito por lembrar de sua mãe, invejava o animal, começou a chorar por não poder fazer o mesmo. O triste sentimento fora interrompido por um ato singelo da cadela, lambendo seu rosto, com o objetivo de enxugar suas lágrimas como também forma de um imenso agradecimento. A cadela recuou lentamente deixando a menina em paz, abaixando a cabeça e indo embora com seu filhote.
Crossy e Lothair chegaram ao orfanato. Pela memória do rapaz, que de certa forma sabia aonde era o local, adentraram a residência e então . . .

Neuf


Sinal de vida (Parte XIII)

 . . . Crossy comentou:
- Lothair vamos fazer o seguinte, eu vasculho em todo o andar de cima e essa parte é por sua conta.
-Tudo bem, muito obrigado por me ajudar . . . - Diz Lothair balançando a cabeça de forma concludente.
Crossy ao subir as escadas era atenciosamente observado por Lothair que viu claramente naquela hora suas vestimentas, sendo uma jaqueta preta, uma luva de couro que cobria parte dos dedos, uma calça jeans e um simples tênis. Os cabelos de Crossy escondiam parte de sua face.
Depois de avalia-lo, o rapaz fingiu um leve sorriso no rosto e continuou a procura.
Passado-se muitas horas olhando quartos e quartos, Lothair decidiu terminar o trajeto vasculhando a recepção. Abriu um livro de datas que por lá se encontrava, viu o nome de sua mulher e circulou-o de forma agressiva cochichando a si mesmo:
-Cadê você Marry? . . .
Crossy desceu rapidamente a escadaria parando em frente ao rapaz e disse:
-Vamos Lothair não tem nada aqui . . .
Lothair viu que nas mãos do homem escorria um liquido vermelho e questionou:
O que é isso em suas mãos? Sangue?
-Não . . . Isso foi apenas um acidente . . . Eu entrei em um depósito e me machuquei, sujando-me com essa espécie de tinta, causado pelo apoio que dei em uma das prateleiras que continham algumas latas.
Lothair abaixou a cabeça, Crossy segurou firmemente o braço do homem e continuou:
-Calma . . . Vamos achar sua família, ta legal?
Crossy deu a volta no balcão, tirou o telefone do gancho, colocou ao ouvido e disse:
-Está mudo . . . Sem sinal deles por aqui.
O liquido que escorria sobre a mão do mesmo envolvia o aparelho. Tirou um lenço do bolso limpando suas mãos e por fim anexou à folha do livro de datas um singelo papel.
Os dois saíram do hospital e depois de duas quadras caminhadas Lothair abriu o livro novamente e na terceira folha estava escrito " 3- Téléphone ". De forma inesperada o telefone público da cidade mais próximo deles tocou, o rapaz fora analisar o que tal escritura indicava, atendeu de forma sutil e ao ouvir a voz indagou:
-Fleur? . . .

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Neuf


Lembranças (Parte XII)

 . . . Derrubou a menina com seu peso. Desesperadamente a menina tirou o corpo de cima dela e viu que a faca que segurava agora se encontrava cravada ao peito de Shame. Belle viu a comida sobre a mesa e sentiu uma forte náusea com relação ao que a moça havia dito, colocou a mão sobre a boca e brevemente deixou o local levando o filhote.
Fleur Marry desperta de seu desmaio. Sua vista ainda não é muito lúcida, tenta se recuperar e logo volta a andar. Não muito distante avista um centro de comércio, o único da cidade, praticamente destruído. A falta de interesse de viver e não mais seguir em frente ilude a moça em imensa escuridão. Sua forma fútil de pensar leva Marry a querer desistir, se suicidando, mas o pouco que resta de suas energias prometera que iria rever sua familia.
Marry adentra a uma loja de grande tamanho, roupas, calçados, bolsas e muitos acessórios se encontravam por lá.
Fleur se sentiu renovada e começou a experimentar tudo o que achava, trocou e destrocou muitas vezes, os espelhos quebrados não a incomodavam. Amarrou um laço no pulso de tom vermelho intenso, a unica coisa que lhe chamou muita a atenção, pela semelhança do primeiro laço que deu a sua filha, Marry sentou em meio as roupas, colocou o baú sobre suas pernas, as caixas de som do local começaram a ruir, a voz de Belle, Lothair e de Fleur tomavam conta do lugar. A televisão sobre o balcão da loja ligou, a cabeça da moça virou para ver as imagens que passavam na tv, um vídeo semelhante ao seu olhar era reproduzido naquele instante. Sua filha brincava com seu marido em meio a sala, ela assistia os dois se divertindo enrolando no tapete da sala. A familia estava mais jovem e Marry recordava que essas ações foram registradas de uma câmera que usara e guardara em uma fita VHS, a mulher soluçava de tantas lágrimas que queriam sair juntas, mas o aperto era grande em seu peito e cada gota que escorria de seus olhos eram como espinhos que rasgavam sua alma. Ela sutilmente levou a mão sobre a tela e mal conseguia se expressar, mas disse em voz trêmula e muito frágil:
- Por que Lothair? . . . Por que? . . .
Crossy e Lothair conseguiram, depois de muito tempo se passar, achar o comentado hospital. Adentrando ao  imenso local, passaram pela recepção e . . .

Neuf


Insana? Cadê seu senso comum? (Parte XI)

. . . Se deparou com o quarto das crianças, contou 18 camas e milhares de brinquedos, espalhados no chão, mas nenhuma criança no local, tal indignação levou-a a perguntar:
- Cadê as crianças, dona?
- Você não esta vendo-as? - Indagava Shame.
- Não . . .
- As camas começaram a mexer, os lençóis cobriam o ar, com a forma de um corpo e sangue escorria pelas paredes, Shame sorria e exclamava:
- Olha! Eles estão felizes por te ver!
Belle caminhou até a ultima cama, onde estava escrito seu nome, sentiu repulsão e medo de tal acontecimento. Em outra cama uma criança estava costurada ao colchão, tentava abrir a boca, rasgando os próprios lábios, para pedir clemência a menina. A mulher chorava de alegria e dançava pelo quarto, enquanto Belle chorava pelo sofrimento daquelas crianças, assim como o seu e gritou chamando a atenção de Shame:
- Para! Você é louca?!
O estranho acontecer parou assim como a dança da mulher que retrucou:
- Esse é meu orfanato! São minhas crianças! Eu cuido delas. - Mudando a feição para um tom de ira.
- Você é louca!
- E você não é? Não vai ficar aqui comigo?
- Nem morta!
- Então é assim que me agradece?
- Olha o que você fez com essas crianças, não passa pela sua cabeça que você esta machucando elas? Cadê o resto delas?
- O resto eu comi . . .E você também! - Sorria Shame com sangue escorrendo de sua boca.
O olho de Belle arregalou e em questão do desespero empurrou a moça e correu escada abaixo com o cachorro debaixo do braço, tropeçou perto da porta, Shame descia vagarosamente com a chave entre os dentes.
Belle levantou-se tentando abrir a porta, mas ela se encontrava trancada.
A menina rapidamente apanho a faca sobre a mesa e caminhou de costas olhando para a mulher. Shame correu em direção a Belle, pulou sobre ela e . . .

Neuf


Opção (Parte X)

 . . . Letras foram surgindo na folha formando a seguinte escritura "2- Hospital". Lothair leu o escrito e recolheu o livro. Comentando com Cross que tal objetivo se encontrara no hospital, perguntou como sabia do livro e qual o motivo de matar tais pessoas. Crossy cessou o caminhar e argumentou:
- O próximo é o hospital, não é? Então vamos. Eu só quero te ajudar, se você quer ou não minha ajuda basta escolher . . . Tem opção melhor? Não confia em mim?
- Eu não sei mais em quem confiar, falando de forma sincera, não sei quais são minhas opções, não sei se realmente sigo ou é apenas uma ilusão de minha mente, ele não me da mais do que um lugar para ir . . . - Respondia Lothair querendo elucidar sua mente.
- Então vamos até onde o livro manda, eu confio nele, talvez nem eu saiba o que fazer direito, ja estou cansado de ficar preso nesse lugar . . .
- Mas Crossy quem é você realmente?
- Eu não sei . . . Mas talvez você saiba . . . - Dizia Crossy olhando para baixo, tentando obter respostas de suas lembranças.
Belle assustou-se com a mulher que cochichara no seu ouvido e imediatamente começou a pedir desculpas pelo feito, encostou na parede com medo do que a moça poderia fazer com ela. A mulher trajava um vestido simples com estampas comuns.
- Minhas sinceras desculpas menina, meu nome é Shame . . . Pode comer, eu fiz pra você mesmo. - Dizia a moça de forma amigável.
Belle se sentiu mais a vontade e continuou a comer com seu animal de estimação que havia adotado.
Ao terminar a refeição agradeceu tal gentileza e caminhou até a porta, mas Shame interrompeu o caminhar dizendo:
- Mas você ja vai embora?
- Eu estou com muita pressa, me perdi dos meus pais . . .
- Não que descansar um pouco? - Sugerindo Shame estendo as palmas das mãos.
- Não eu acho melhor ir . . . - Retrucou Belle.
- Você não quer ver meus filhos? Eles vão gostar de você . . . Por favor!
-Ta, mas só um pouquinho.
A menina subiu a escadaria e então . . .