Ligação ( Parte V )
. . . As luzes pararam de piscar, assim como a caixinha de musica, a garotinha quietou-se, passos e mais passos ao redor da loja ouvia-se, um pisar firme e pesado, ficava cada vez menos constante, o caminhar fora cessado, a sombra de um rosto aparecera através do vidro embaçado. Belle se escondeu dentro da montanha de pelúcia que fizera, a porta fora aberta, adentrando o ser de máscara com um tubo onde filtrava o oxigênio e botas pretas. A dificuldade da respiração, frio e o medo levou a menina a tremer, tentando soltar o ar vagarosamente, mas uma tosse repentina despertava a atenção do estranho, indo em direção ao monte, vasculhando ursos e ursos, interrompido por um tiro que acertara sua cabeça, derramando o sangue e o pesado cadáver sobre Belle.
Fleur Marry abria os olhos aos poucos, uma dor de cabeça a incomodava, estava no canto de uma sala vazia de pouca iluminação, levantara e cambaleava em frente a porta, abria meio desengonçadamente e saíra na recepção de um imenso local, onde tudo era branco, exceto as cores das letras escritas na placa que pisara onde dizia " Hospital Chanfy".
O telefone tocou e moça seguiu até o objeto, marcado com sangue ao redor, atendera e ao aproximar da orelha ouviu chiados e gritos, tentara ouvir a outra voz e obter resposta, o indefinido som parou, um livro cai da prateleira ao lado e papéis se espalham. A mão trêmula da mulher recolhe todo o incidente, colocando na mesa, folheava o livro de datas, onde no meio algo lhe chamara a atenção, grandes rabiscos circulavam um único nome " Fleur Marry Delacroix".
Seguia anexo a folha uma espécie de mapa do local, onde um dos pontos fora rabiscado. Começou a andar seguindo uma linha traçada no papel, verificava diversas portas, a maioria vazias ou com macas e seringas. Uma seta no piso apontava para a sala 27, Marry adentrou e viu manchas vermelhas nas paredes escrito seu nome, um cadáver ao chão e algo que brilhava com reflexos, uma chave pendurada a um barbante no teto, o ar fétido enojava e enjoava Marry, sangue coagulado grudava em seus pés, arrancou a chave do barbante e brevemente saiu do quarto.
Um velho de branco aparecera ao seu lado dizendo:
- O que fazes aqui? Quer perturbar meus pacientes? - Fechando a porta e trancando-a bruscamente.
- Me desculpa! Eu estou perdida, o senhor, por favor, pode me ajudar? - Replicava a moça com doces e desesperados tons.
- Eu sou só um médico e a pergunta certa seria "você pode se ajudar?" - Em tom sério.
Pasma, a mulher não conseguia se movimentar, o velho de jaleco branco caminhou adentro a imensa escuridão e desaparecera, pronunciando suas ultimas palavras naquele momento:
- Vá até minha sala e olhe na segunda gaveta da escrivaninha . . .
Fleur marry tentou segui-lo mas o médico sumira de forma inexplicável, voltou olhar em sua mão o papel que tinha seu caminho traçado, brevemente chegara ao final do corredor, passara por quartos e mais quartos naquele hospital. Ao canto subiu pela escada que levou-a ao segundo andar, diversas palavras estavam escritas nas paredes, cada passo que dava mais medo sentia, se aproximava da marcação feita de rabiscos, avistara a maior sala daquele hospital, estranhos cortes e marcas de arranhões era a imagem na porta, a entrada não tinha abertura alguma, bateu com a mão na porta, perguntando se alguem se encontrava por lá, e uma voz doce exclama:
- Veio me ver?! A porta esta aberta!
A moça afasta a limiar e dirige seu olhar para a mulher ao canto, que estava com uma venda sobre os olhos, encharcada de sangue, segurava um feto, enrolado em um cobertor.
A moça se levanta do chão dizendo:
- Veio ver meu filho? ele não é bonito?! Shhhhh . . . Ele ainda esta dormindo, não quero acorda-lo . . .
Marry sentiu repulsão ao ver que o bebê se encontrava em estado de decomposição, se afastou da estranha mulher vendada, levou sua mão a boca, tentando reprimir o enjôo e replicou:
- . . . Bonito sim . . . Acho melhor cobri-lo, ele esta com frio . . .
- Sério?! Eu acho que ele gostou de você, sinto que meu bebê esta feliz . . . quer segurar?! - Dizia aquela mãe num sorriso simples com lágrimas de sangue escorrendo pelos olhos.
Fleur Marry com receio, manteve-se cada vez mais distante e então aquela moça em sua frente recolheu-se e voltara a falar:
- Você é como todos eles, sempre fogem da responsabilidade e ja que é assim vou embora.
A mãe pulou com o filho no colo pela janela do escritório e assim . . .