sábado, 9 de abril de 2011

Neuf


La Grande Finale (Parte XXIII)

- Por que eu não existo! Você tem uma chave que lhe entreguei, abra o baú que sua mulher guardava, coloquei-o sobre a mesa . . .
Lothair se dirigiu ao objeto abrindo-o e retirou de dentro fichar médicas com o seu nome, declarando-o perigoso com distúrbios mentais. Daphné ao ver a indignação do homem, diz:
- Não existe nenhum Crossy, não é? Agora você entende?
- Mas eu o vi matando pessoas! Por que ele não existe?
- Porque ele é você! Sua outra personalidade . . . - Retrucou a menina.
- Não é possível . . . Como isso tudo aconteceu?
- Vou tentar te explicar. Tudo o que viveu aqui faz parte de sua vida, talvez não em ordem correta. Você tinha uma amiga que te amava, mas ela odiava sua mulher e filha, quando a mesma descobriu o seus remédios, resolveu troca-los por sentir imenso ódio, foi nesse momento que Crossy tomou conta de sua mente e tudo o que passou e viu nesse seu mundo fora criado por ele, como um pesadelo eterno. Fazendo com que traísse sua mulher, que após descobrir se afundou na bebida e conheceu meu pai que a engravidou. Teve a mim como filha, mas você não ia mais para a casa. Conviveu por mais de um ano com Shame que odiava sua filha. Quando cresci me tornei amiga de Belle, mas na escola o inspetor a iludia, violentando menores e quando Crossy ou como queira se chamar, ficou sabendo e provocou o suicídio do inspetor. Num dia quando cheguei em casa você estava agredindo meu pai, bruscamente, depois de ter descoberto a verdade. Matou ele, a mim e muitas outras pessoas. Tudo foi distorcido de forma macabra, criando o mundo perfeito de Crossy e seu pior pesadelo.
- E o que aconteceu depois? Minha familia esta morta? Eu estou morto? - Indagava Lothair.
- Suba as escadas e vá até seu quarto. - Retrucou a menina.
Ao chegarem no andar de cima Lothair viu seu corpo sobre a cama, com maquinas e tubos ajudando-o a sobreviver. Sua mulher e filha estavam ao lado da cama, chorando e esperançosas de que um dia Lothair voltasse ao normal.
O rapaz tentou abraçar sua familia mas todo ato era em vão, pois seu corpo atravessava como vento por elas e então ele disse:
- Por que? Por que estou ali? O que foi que eu fiz?
- Sua outra personalidade te odiava e depois de me matar você foi as pressas até seu carro e tentou se matar . . . E agora você esta ali.
- Por que você me ajuda?
- Você não é culpado, preciso te ajudar . . .
 De repente Crossy joga a menina escadaria abaixo, dando uma risada sarcástica e disse:
- Ela tinha mesmo que morrer, era só mais um verme em sua vida.
- O que você fez comigo? - Perguntava Lothair.
- Não é uma história comovente? Pra ser sincero quase chorei no final, mas ela esqueceu de dizer que tramei um roubo no seu próprio emprego entre outras coisas mais . . . Hahahaha . . .
- Você quer me destruir? Esse é seu objetivo?
- Sim e não! Na verdade eu ja fiz isso. Só quero dominar sua mente por inteiro e terminar minha história . . .
- Nunca . . .
- E quem irá me impedir, você?
- Você não vai machucar mais ninguem, prometi que você iria morrer e vou cumprir!
Lothair sacou a arma novamente, apontou para Crossy, que disse:
- Sabe que não vai funcionar, verme!
- HAHAHA . . . . Quem disse que a ultima bala é para você? Agora vamos jogar o meu jogo!
Lothair coloca a arma sobre a própria cabeça e olhando fixamente para Crossy pronunciou suas ultimas palavras, com um sorriso sarcástico:
- Te vejo no inferno, verme!
Lothair puxa o gatilho fazendo com que a arma disparasse a ultima bala, a qual atravessou sua cabeça e caiu no chão.
Marry e Belle sentem o ultimo suspiro sair dos pulmões de Lothair, fazendo com que o coração parasse junto com as maquinas que o sustentavam, sendo assim o final de seu pesadelo.

Fim . . .

                                                                                                          RmLO

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O grande truque (Parte XXII)

- Você não pode me matar, eu já disse! . . .
Crossy sumira de sua frente e todo o cenário começara a desmoronar, os movimentos eram rápidos e por não conseguir mais ver o que estava acontecendo, Lothair fechou os olhos e caiu de joelhos, tampando os ouvidos, sua cabeça lateja de tão imensa dor que sentira, mas brevemente tudo quietou-se e o livro que carregava caiu no chão, folheando até a 9ª e ultima página, mas não tinha nada escrito. Quando olhou para os lados viu que estava em sua casa e tudo estava normal, da forma que recordava, imagens registradas em sua mente. Colocou a mão machucada sobre a folha e seu sangue escorreu tornando-a espelhada com o número nove (Neuf) situado ao meio e ao ver a situação ele indagou:
- O que quer agora? O que quer que eu faça? Me diga seu livro inútil! Onde eu estou? Por que estou aqui?
O reflexo de Crossy apareceu na folha e Lothair sentiu a mão do rapaz sobre seu ombro, ouvindo o que Crossy sussurrava ao seu ouvido:
- Você esta em casa Lothair . . . Preste atenção no livro, o que você vê?
- Eu me vejo! . . . - Retrucou Lothair.
- Então chegou a hora de saber a verdade sobre você!
- Me diz quem é você realmente!? - Diz Lothair se afastando do rapaz.
- Quer mesmo saber?
- Quero!
- Acho que você não percebeu o que existe entre você e eu, não é?
- Eu não tenho nada com você!
- Lothair preste atenção ao universo que passa ao seu redor . . . Olha para seu reflexo . . .
- Eu não entendo.
Uma menina adentra na casa de Lothair, parando a conversa, Lothair olha para aquele ser e a reconhece. Crossy se afasta e a menina vai em direção à Lothair que pergunta seu nome e a mesma responde:
- Prazer em vê-lo novamente Lothair, meu nome é Daphné . . .
- O que faz aqui? - Retruca Lothair.
- Vim esclarecer sua vida . . .
- Pra mim esta tudo muito confuso! Onde eu estou?
- Você esta em sua própria mente, vivendo de lembranças . . .
- É um inferno! . . .
- Não Lothair é pior do que isso, é a sua vida!
Lothair se afasta da menina, encostando em um canto e continua suas perguntas:
- Por que Crossy te matou? Por que matou minha familia? Quem é ele? - Apontando para Crossy.
- Aonde? Quem? - Diz a menina olhando em direção ao canto apontado.
- Você é estúpido Lothair! Ela não consegue me ver . . . - Diz Crossy.
- Por que? . . .

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Jogando conforme as regras (Parte XXI)


- Surpreso? -Dizia o homem crucificado com um sorriso no rosto.
- Não é possível! - Exclamava Lothair.
- Não mesmo . . . Hahaha . . . E achou que se livraria fácil de mim? Achou errado verme! Esta feliz em rever sua familia que eu mesmo fiz questão de separar!?
- Crossy! Você é um homem morto! - Retrucou Lothair
-Nunca . . .
Lothair sacou a arma e disparou duas balas que atravessaram a cabeça de Crossy que sorriu e disse:
- Você continua patético Lothair, acha que vai me matar? Vai ter que fazer melhor que isso . . . Esse mundo é meu! Vai ter que jogar o meu jogo!
Crossy fechou os olhos e sentiu o sangue escorrer pelo rosto, lambendo o canto de sua boca, degustando o momento.
Lothair verifica as balas restantes na arma e vê somente uma ultima tentativa, aponta novamente à Crossy que indaga:
- Vamos lá Lothair, você não é burro o suficiente é? Sabe que não vai funcionar . . . Quer desperdiçar sua ultima bala comigo? Você caiu no meu conceito, era mais esperto . . . As pessoas não mudam, não é?
De repente um carro entra pelo fundo da igreja, quebrando o altar, as paredes e os bancos indo em direção à Lothair, o mesmo esquiva do acidente onde o carro acerta a porta, levando sua mulher e filha para fora da igreja, Lothair rapidamente corre para verificar se sua familia estava bem, mas Marry e Belle foram atropeladas e tiveram seus corpos arrastados pela estrada.
Crossy de forma inexplicável aparecera caminhando em direção aos corpos. Agachando e lambendo o sangue que escorria sobre o rosto de Belle e o mesmo disse:
- Coitada, morreu tão jovem . . . Trágico, não acha?
Lothair sentiu seu sangue ferver, correu em direção ao homem e pressionou-o contra uma parede, de seus olhos escorriam lágrimas sentindo muita raiva em seu coração, sua mão espremia a garganta de Crossy que com dificuldade dizia:
- Não pode me matar . . .
- Escuta bem o que vou lhe dizer maldito! Eu vou te matar, isso não é um aviso é uma promessa! . . .

sábado, 5 de fevereiro de 2011

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Reencontro ao acaso (Parte XX)

. . . "Crossy". Lothair largou o diário que caiu sobre o chão, desceu as escadas, procurou o livro que havia guardado e na oitava página estava escrito "8- Église" (Igreja). O mesmo rapidamente fechou o livro, saiu pela porta, olhou para cima e disse:
-Eu vou te matar desgraçado!
Marry saiu do local guiada por sua intuição. Não demora a chegar, encosta em uma das paredes e sente um forte abraço em sua perna. Ao ver que era Belle, Marry abaixa e chora de alegria por reencontrar sua filha. Belle abraça fortemente sua mãe e diz:
-Não quero mais te perder mamãe . . . Promete que nunca mais vai me deixar! . . .
-Prometo filha . . . Vai ficar tudo bem . . . Eu te amo. -As palavras ditas pausadamente pela mulher fora interrompida por lágrimas que carregavam o peso consciência.
Mãe e filha se abraçam com um forte sentimento que as unem. Marry enxuga as lágrimas de Belle e as suas também, ajeitando o cabelo da menina.
Belle começa a contar sua trajetória até o lugar que estavam para sua mãe e vice-versa. As duas se sentem observado por uma outra pessoa e Belle ao avistar quem estava por lá, diz:
-Papai? É você?
-Sim sou eu. -Diz Lothair com lágrimas nos olhos.
Lothair sente Marry e Belle com os corpos muito gelados e tenta aquece-las, mas todo o ato é em vão.
Os três reunidos na unica igreja da cidade, onde Lothair e Marry se casaram e batizaram Belle, enfim onde sua vida familiar havia começado.
Depois de muita conversa e afago entre a família eles resolvem entrar no local. Por uma decisão tomada por Lothair que abre a grande porta da igreja. Ao entrarem ficaram assustados ao ver as cadeiras, janelas, os castiçais, o chão e o resto que por lá estavam quebrados, um desastre total, mas nada era mais marcante do que o homem crucificado sobre a gigante cruz colocada de forma contrária em meio ao altar. O rapaz estava todo ensanguentado, com pregos presos ao corpo e arame que envolvia sua cabeça. Os olhos de Lothair não acreditavam no que viam. A respiração aumentara drasticamente como a batida de seu coração, suava frio e protegia sua familia com os braços, empurrando-as para traz. A unica pergunta que saia de sua boca era:
-Você? . . .

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Diário de Daphné (Parte XIX)

. . .  O pressiona conta a mesma, quebrando-a, fazendo com que Crossy seja arremessado para fora. Lothair se dirige a ponta dos estilhaços, olhando para aonde Crossy foi lançado, mas nenhum corpo estava lá. Lothair enxuga na manga da camisa o sangue que escorre em seu rosto, revista a cama de Daphné e encontra o diário; o destranca e folheia-o. Repara que algumas folhas foram arrancadas, mas mesmo em estado degradável começou a ler. Lembrando de sua filha que encontrara e lera primeira parte. A continuação da leitura se seguiu:
" . . . Um homem estava puxando meu pai pela gola da camisa, interrogando-o bruscamente. Eu parei na porta e assisti a todos os detalhes, comecei a chorar. As cenas rasgavam meu coração ao entrar violentamente pelas pupilas de meus olhos, engolia o choro como vidro, sentindo meu pulmão sendo rasgado ao tentar respirar. Ver meu pai sangrar foi meu pior sentimento . . ."
A seguir se encontrava rabiscos e desenhos de toda a cena descrita, passado muitas páginas até que continuasse a escrita. Lothair por curiosidade leu o resto do acontecido com dificuldade, pois o sentimento da menina agora tomara conta de si.
" . . . O homem parou, olhou para o meu pai e questionou:
-Quem é essa?
-Minha filha . . .
-É melhor tirá-la daqui . . .
-Por favor não machuque-a . . .
O rapaz puxou meus cabelos, colocou meu rosto a frente de meu pai e perguntou:
-Sabe o que ele fez?
-Não sei Senhor . . .
-Seu pai não passa de um verme!
Me arremessou à parede e esmurrou meu pai violentamente, assim meu pai morreu. Enquanto via a cena que me queimava por dentro.
Como uma forma de me ajudarem, se eu não sobreviver, escrevo essas partes com o diário em minha mão, vendo meu pai morrer. Eu clamo por ajuda . . ."
Manchas de sangue cobriam o resto das folhas e no ultimo pedaço de papel estava escrito com sangue o nome . . .

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Desavenças de um segredo (Parte XVIII)

. . . O que você quer!? -Lothair se expressa com raiva nos olhos.
-Calma Lothair, eu posso explicar . . .
-Eu cansei de suas explicações e cansei da sua ajuda, me cansei de você!!! Me deixa em paz, só quero minha família de volta.
-Depois de tudo o que passamos e de todos os meus atos tentando te ajudar você ainda me critica?!
-Não acredite nele Lothair, ele é louco! -Sr. Dansye interrompendo a discussão.
-E o que me traz aqui? -Indagava Lothair.
-O Sr. Dansye ficava com sua mulher enquanto você estava ocupado com seu trabalho de merda! Nunca ganhou um salário decente e eu te ajudei! Eles tinham um caso Lothair . . . Me da nojo ver um homem como ele, amarrei-o aqui para você se vingar ou eu mesmo vou fazer seu trabalho. -Crossy explicando a situação.
-É verdade Sr. Dansye? -Perguntava Lothair.
-É sim . . .
As palavras de Dansye foram interrompidas por um soco em seu rosto, golpeado por Crossy, fazendo seus lábios sangrarem e Crossy exclamou:
-E o verme ainda tem coragem de assumir!
-Camla Crossy, ja vi sangue demais em um dia. -Lothair segurando o rapaz.
De repente um vento forte entra pela janela derrubando o livro da mão de Lothair e as folhas se movimentaram parando na página sete, onde lia-se "7- Diário de Daphné". Rapidamente ele recupera o objeto do chão e pergunta ao Sr. Dansye:
-Onde se encontra o diário de sua filha?
-Está no quarto embaixo da cama, mas é melhor estar longe de seu amigo . . .
-Cala boca verme!
-Assim Crossy acerta novamente o rosto de Dansye, deslocando a mandíbula, deixando-o desacordado. Lothair olha para Crossy e se afasta, subindo até o quarto da menina. Ao achar o aposento Crossy puxa o braço de Lothair dando um aviso:
-Acho melhor não fazer isso . . .
-Não me enche Crossy! Se afaste de mim!
Crossy e Lothair iniciam uma briga. Depois de muitos golpes os dois se encontram extremamente machucados, levando Lothair apoiar Crossy a uma grande janela e então . . .

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Sangue de um pesadelo reencarnado (Parte XVII)

 . . . Crossy com a cólera correndo pelas veias agarrou todos os arcos restantes presos ao corpo do rapaz e o impulsionou com o pé, utilizando toda a sua força, fazendo com que caísse sobre o sangue derramado, com o tórax todo aberto. Crossy continuou a procuro da gaveta, retirando-as bruscamente, até que encontrou uma chave dentro de uma delas, retirou-a e seguiu até Lothair dizendo:
-Era a unica coisa que tinha . . . Não tem mais onde procurar . . . Então vamos? -Colocando a mão sobre o ombro de Lothair e pronunciando tudo em voz muito calma.
-Não! é melhor eu seguir sozinho . . . -Lothair respondia pegando o objeto e tirando a mãe de Crossy sobre si.
-Impossivel . . . -Era a ultima palavra que Crossy disse antes que Lothair deixasse o local.
Ao sair do banco Lothair recordou que o nome "Dallas" lhe soava familiar, poderia ser o nome do segurança principal do banco onde trabalhava, puxando por sua mente.
Continuando a procura de sua família abriu o livro na página seis e lá estava escrito "6- La rue Singily nº09" (Rua Singily nº09). Ao ler o inesperado, Lothair se lembrou de quando chegou a cidade e do bilhete que Marry encontrara. Ao abaixar a cabeça reparou que havia um rastro de sangue que se estendia ao longo da caminhada e que por fim acabava na rua almejada. Lothair procurou o número da casa e ao avistá-la recordou que Daphné e seu pai moravam nessa residência; adentrou ao local, completamente escuro, e ao acender a luz, que por si era muito fraca, avistou em meio a uma neblina que tomava conta do local o Senhor Dansye, pai de Daphné, preso a uma cadeira completamente ensanguentado, respirando aflitamente junto a um pedido de ajuda. Ao lado de Dansye encontrava-se em pé Crossy com um sorriso sarcástico para Lothair e o questionou:
-Prazer revê-lo Lothair! E então? Podemos conversar um pouco agora?

domingo, 30 de janeiro de 2011

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O guardião (Parte XVI)

. . . Viu um homem em meio a desordem das gavetas e dos dinheiros jogados ao chão, vestia uma calça preta, um sapato social e uma camisa que fora rasgada aos lados por arcos metálicos que perfuravam seu corpo, presos aos nove pares das costelas, partindo da primeira. Algo a mais chamava a atenção de Lothair, a cabeça não estéticamente raspada, os olhos sem as pálpebras e o crachá com o nome Dallas. O homem a frente disse ao avista-los:
-Olá! Por que estão aqui?
- Cara, não queria estar no seu lugar. -Crossy em tom sarcástico.
-E nem eu no seu! -Retrucou Dallas.
-Eu não sei o que tem aqui, mas deve ser de extrema importância . . . -Dizia Lothair com o objetivo de explicar-se.
- Existem dezoito gavetas aqui que estão presas a mim. Pra levar algo vai ter que me matar.
-Sem problema! Pra mim você é indiferente! -Crossy puxou a terceira gaveta a sua esquerda com toda a força, arrancando a terceira costela esquerda do rapaz.
Dallas gritava por sentir imensa dor, pressionava os dentes e tentava controlar a respiração, não conseguia fechar os olhos pelo fato de ter as pálpebras arrancadas, ao canto dos mesmos escorriam lágrimas. Dallas pressionou o ferimento com a mão, deu um singelo sorriso e quietou-se após Lothair puxar o braço de Crossy, discutindo em tom alto:
-O que você fez?! Não tinha necessidade. A gente só precisa de uma gaveta com o numero 810. 
-Ele não ia deixar mesmo! E se você prestar atenção não tem numeração nas gavetas. -Crossy argumentava seriamente.
-. . . Eu não reparei, mas é uma questão de conversar e não matar.
-Dane-se!
-Hahahaha . . . Parecem duas garotinhas brigando . . . Vocês são patéticos! -Dallas interrompendo e rindo de forma superior.
-E pra mim você é insignificante. -Crossy retrucou as palavras de Dallas.
Crossy se dirigiu em frente ao rapaz, olhando em seus olhos fixamente e continuou:
-Essas foram suas ultimas palavras? 
-E esse é meu ultimo ato. -Dizia Dallas cuspindo sobre o rosto de Crossy.
Lothair virou de costas para os dois, fechou os olhos abaixou a cabeça e então . . .

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Ganância, desejos, prazeres e segredos (Parte XV)


. . . Shame abraçou fortemente Crossy e o beijava como se não o visse por muito tempo. Lothair abaixava a cabeça e olhava para os cantos, pois não queria interromper aquele momento. Crossy afastou a mulher e disse:
-Calma Shame, se comporta, não vê que temos visita?
-Ah . . . Sim minhas sinceras desculpas, meu nome é Shame, muito prazer, Crossy fala muito sobre você . . .
-Fala? . . . -Indagava Lothair.
-É, ele todo dia comentava que tinha um grande amigo chamado Lothair, mas que você era muito chato . . . Hahahaha . . . -Shame começara a rir perante ao homem.
-Hahahaha . . . Desculpa Lothair, eu só sou sincero. -Retrucava Crossy.
-Não foi nada, estou acostumado . . . -Lothair abaixa a cabeça novamente.
-Bom . . . é . . . Shame, passou alguem por aqui? É que Lothair se perdeu da familia. -Questiona Crossy.
-Eu não vi ninguém. Esses dias o orfanato está muito monótono sem você Crossy . . .
-Então vamos embora logo . . . -Dizia Lothair puxando o braço de Crossy.
-Calma Lothair, ja vou, se quiser sair e me esperar la fora é melhor, só vou ajuda-lá a preparar um banquete para uma visita . . . Não vou demorar.
Lothair saiu e após algumas horas esperando Crossy se despede da mulher e fala com Lothair:
-E então? Pra onde vamos agora?
Lothair abre o livro na quinta página e leu o seguinte:
- " 5- Banque" (Banco)
-Caramba! Vamos ao banco, eu adoro dinheiro. -Dizia Crossy com brilho nos olhos.
-É onde eu trabalhava . . . -Explicava Lothair.
O banco ficava alguns metros distantes do orfanato. Via-se o local mencionado com muita clareza por ser de grande arquitetura. 
Os dois chegaram ao local e passaram pela porta giratória. Ao entrar viram que o lugar estava e total desastre, com muitos corpos enterrados ao chão, somente com suas faces amostra, clamando por ajuda.
Sangue escorria pelas paredes. Lothair se dirigiu a mesa em que trabalhava, vasculhou todas as gavetas enquanto Crossy procurava algo no resto do local, questionando aquelas faces o que acontecera e uma delas respondeu:
-Por favor! Me tira daqui muitos ja morreram pela ganância de outros, eu não quero . . .
Sem mais palavras aquele estranho respirava com muita dificuldade e logo morrera. Lothair achou um papel com o numero de uma das gavetas do cofre. Rapidamente alertou Crossy para abrir e verificar o cofre.
Ao abrir o mesmo, Crossy . . .

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Sentimento semelhante (Parte XIV)

. . . Lothair escuta a voz de sua amada e desesperadamente tenta começar um diálogo, formulando diversas perguntas, mas o sinal era fraco e a ligação cai. Crossy ao ver aquela situação questionou:
-E então? Podemos continuar agora?
-Você não se importa, não é? -Retrucou o rapaz com os olhos cheios de lágrimas.
- Na verdade não! Eu não to nem ai pra eles . . . Mas me preocupo com você, por mais que não me aceite Lothair. -Dando um sorriso sinico.
Lothair o ignorou e folheou o livro para a quarta página e assim lia-se " 4- Orphelinat " (Orfanato), o mesmo indagou ao rapaz ao longe:
- Você sabe onde fica o orfanato?! . . .
-Ah! . . . Lógico que sei. Tenho uma amiga muito intima, dona de lá!
O vídeo encerra. A televisão começa a chiar e Marry ainda busca forças para se levantar. Sua mente fora possuída por inúmeras lembranças; não queria acordar daquele belo sonho e voltar a viver o mesmo pesadelo. Marry levantou vagarosamente e saiu do local a procura de sua família.
Belle corria pelas ruas de Ville Chantal para se distanciar daquele orfanato; parou para recuperar o fôlego e colocou o filhote no chão. Belle avistou ao longe, através de uma densa neblina,um grande animal vindo em sua direção. Ela se encolheu no canto de um muro protegendo seu amigo, envolvendo-o em seus braços, fechou os olhos com medo do inesperado, . . . Sentiu um forte respirar em frente a sua face, abriu os olhos vagarosamente e viu que era só uma inocente cadela, chorando pelo reencontro com seu filhote. Belle soltou-o, e rapidamente o mesmo se afagou em sua mãe. A garota ao ver aquela cena sentiu um aperto em seu peito por lembrar de sua mãe, invejava o animal, começou a chorar por não poder fazer o mesmo. O triste sentimento fora interrompido por um ato singelo da cadela, lambendo seu rosto, com o objetivo de enxugar suas lágrimas como também forma de um imenso agradecimento. A cadela recuou lentamente deixando a menina em paz, abaixando a cabeça e indo embora com seu filhote.
Crossy e Lothair chegaram ao orfanato. Pela memória do rapaz, que de certa forma sabia aonde era o local, adentraram a residência e então . . .

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Sinal de vida (Parte XIII)

 . . . Crossy comentou:
- Lothair vamos fazer o seguinte, eu vasculho em todo o andar de cima e essa parte é por sua conta.
-Tudo bem, muito obrigado por me ajudar . . . - Diz Lothair balançando a cabeça de forma concludente.
Crossy ao subir as escadas era atenciosamente observado por Lothair que viu claramente naquela hora suas vestimentas, sendo uma jaqueta preta, uma luva de couro que cobria parte dos dedos, uma calça jeans e um simples tênis. Os cabelos de Crossy escondiam parte de sua face.
Depois de avalia-lo, o rapaz fingiu um leve sorriso no rosto e continuou a procura.
Passado-se muitas horas olhando quartos e quartos, Lothair decidiu terminar o trajeto vasculhando a recepção. Abriu um livro de datas que por lá se encontrava, viu o nome de sua mulher e circulou-o de forma agressiva cochichando a si mesmo:
-Cadê você Marry? . . .
Crossy desceu rapidamente a escadaria parando em frente ao rapaz e disse:
-Vamos Lothair não tem nada aqui . . .
Lothair viu que nas mãos do homem escorria um liquido vermelho e questionou:
O que é isso em suas mãos? Sangue?
-Não . . . Isso foi apenas um acidente . . . Eu entrei em um depósito e me machuquei, sujando-me com essa espécie de tinta, causado pelo apoio que dei em uma das prateleiras que continham algumas latas.
Lothair abaixou a cabeça, Crossy segurou firmemente o braço do homem e continuou:
-Calma . . . Vamos achar sua família, ta legal?
Crossy deu a volta no balcão, tirou o telefone do gancho, colocou ao ouvido e disse:
-Está mudo . . . Sem sinal deles por aqui.
O liquido que escorria sobre a mão do mesmo envolvia o aparelho. Tirou um lenço do bolso limpando suas mãos e por fim anexou à folha do livro de datas um singelo papel.
Os dois saíram do hospital e depois de duas quadras caminhadas Lothair abriu o livro novamente e na terceira folha estava escrito " 3- Téléphone ". De forma inesperada o telefone público da cidade mais próximo deles tocou, o rapaz fora analisar o que tal escritura indicava, atendeu de forma sutil e ao ouvir a voz indagou:
-Fleur? . . .

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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Lembranças (Parte XII)

 . . . Derrubou a menina com seu peso. Desesperadamente a menina tirou o corpo de cima dela e viu que a faca que segurava agora se encontrava cravada ao peito de Shame. Belle viu a comida sobre a mesa e sentiu uma forte náusea com relação ao que a moça havia dito, colocou a mão sobre a boca e brevemente deixou o local levando o filhote.
Fleur Marry desperta de seu desmaio. Sua vista ainda não é muito lúcida, tenta se recuperar e logo volta a andar. Não muito distante avista um centro de comércio, o único da cidade, praticamente destruído. A falta de interesse de viver e não mais seguir em frente ilude a moça em imensa escuridão. Sua forma fútil de pensar leva Marry a querer desistir, se suicidando, mas o pouco que resta de suas energias prometera que iria rever sua familia.
Marry adentra a uma loja de grande tamanho, roupas, calçados, bolsas e muitos acessórios se encontravam por lá.
Fleur se sentiu renovada e começou a experimentar tudo o que achava, trocou e destrocou muitas vezes, os espelhos quebrados não a incomodavam. Amarrou um laço no pulso de tom vermelho intenso, a unica coisa que lhe chamou muita a atenção, pela semelhança do primeiro laço que deu a sua filha, Marry sentou em meio as roupas, colocou o baú sobre suas pernas, as caixas de som do local começaram a ruir, a voz de Belle, Lothair e de Fleur tomavam conta do lugar. A televisão sobre o balcão da loja ligou, a cabeça da moça virou para ver as imagens que passavam na tv, um vídeo semelhante ao seu olhar era reproduzido naquele instante. Sua filha brincava com seu marido em meio a sala, ela assistia os dois se divertindo enrolando no tapete da sala. A familia estava mais jovem e Marry recordava que essas ações foram registradas de uma câmera que usara e guardara em uma fita VHS, a mulher soluçava de tantas lágrimas que queriam sair juntas, mas o aperto era grande em seu peito e cada gota que escorria de seus olhos eram como espinhos que rasgavam sua alma. Ela sutilmente levou a mão sobre a tela e mal conseguia se expressar, mas disse em voz trêmula e muito frágil:
- Por que Lothair? . . . Por que? . . .
Crossy e Lothair conseguiram, depois de muito tempo se passar, achar o comentado hospital. Adentrando ao  imenso local, passaram pela recepção e . . .

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Insana? Cadê seu senso comum? (Parte XI)

. . . Se deparou com o quarto das crianças, contou 18 camas e milhares de brinquedos, espalhados no chão, mas nenhuma criança no local, tal indignação levou-a a perguntar:
- Cadê as crianças, dona?
- Você não esta vendo-as? - Indagava Shame.
- Não . . .
- As camas começaram a mexer, os lençóis cobriam o ar, com a forma de um corpo e sangue escorria pelas paredes, Shame sorria e exclamava:
- Olha! Eles estão felizes por te ver!
Belle caminhou até a ultima cama, onde estava escrito seu nome, sentiu repulsão e medo de tal acontecimento. Em outra cama uma criança estava costurada ao colchão, tentava abrir a boca, rasgando os próprios lábios, para pedir clemência a menina. A mulher chorava de alegria e dançava pelo quarto, enquanto Belle chorava pelo sofrimento daquelas crianças, assim como o seu e gritou chamando a atenção de Shame:
- Para! Você é louca?!
O estranho acontecer parou assim como a dança da mulher que retrucou:
- Esse é meu orfanato! São minhas crianças! Eu cuido delas. - Mudando a feição para um tom de ira.
- Você é louca!
- E você não é? Não vai ficar aqui comigo?
- Nem morta!
- Então é assim que me agradece?
- Olha o que você fez com essas crianças, não passa pela sua cabeça que você esta machucando elas? Cadê o resto delas?
- O resto eu comi . . .E você também! - Sorria Shame com sangue escorrendo de sua boca.
O olho de Belle arregalou e em questão do desespero empurrou a moça e correu escada abaixo com o cachorro debaixo do braço, tropeçou perto da porta, Shame descia vagarosamente com a chave entre os dentes.
Belle levantou-se tentando abrir a porta, mas ela se encontrava trancada.
A menina rapidamente apanho a faca sobre a mesa e caminhou de costas olhando para a mulher. Shame correu em direção a Belle, pulou sobre ela e . . .

Neuf


Opção (Parte X)

 . . . Letras foram surgindo na folha formando a seguinte escritura "2- Hospital". Lothair leu o escrito e recolheu o livro. Comentando com Cross que tal objetivo se encontrara no hospital, perguntou como sabia do livro e qual o motivo de matar tais pessoas. Crossy cessou o caminhar e argumentou:
- O próximo é o hospital, não é? Então vamos. Eu só quero te ajudar, se você quer ou não minha ajuda basta escolher . . . Tem opção melhor? Não confia em mim?
- Eu não sei mais em quem confiar, falando de forma sincera, não sei quais são minhas opções, não sei se realmente sigo ou é apenas uma ilusão de minha mente, ele não me da mais do que um lugar para ir . . . - Respondia Lothair querendo elucidar sua mente.
- Então vamos até onde o livro manda, eu confio nele, talvez nem eu saiba o que fazer direito, ja estou cansado de ficar preso nesse lugar . . .
- Mas Crossy quem é você realmente?
- Eu não sei . . . Mas talvez você saiba . . . - Dizia Crossy olhando para baixo, tentando obter respostas de suas lembranças.
Belle assustou-se com a mulher que cochichara no seu ouvido e imediatamente começou a pedir desculpas pelo feito, encostou na parede com medo do que a moça poderia fazer com ela. A mulher trajava um vestido simples com estampas comuns.
- Minhas sinceras desculpas menina, meu nome é Shame . . . Pode comer, eu fiz pra você mesmo. - Dizia a moça de forma amigável.
Belle se sentiu mais a vontade e continuou a comer com seu animal de estimação que havia adotado.
Ao terminar a refeição agradeceu tal gentileza e caminhou até a porta, mas Shame interrompeu o caminhar dizendo:
- Mas você ja vai embora?
- Eu estou com muita pressa, me perdi dos meus pais . . .
- Não que descansar um pouco? - Sugerindo Shame estendo as palmas das mãos.
- Não eu acho melhor ir . . . - Retrucou Belle.
- Você não quer ver meus filhos? Eles vão gostar de você . . . Por favor!
-Ta, mas só um pouquinho.
A menina subiu a escadaria e então . . .